O Palácio dos Reis é um projeto que vem recuperar a casa da Quinta de Goladas, que deve o seu nome, Goladas, à sua localização, na Rua Dom Pedro V, perto da Capela de São Victor o Velho, onde se terá realizado o martírio desse Santo.
Apesar da Quinta de Goladas já ter uma casa desde 1820, quando era propriedade do absolutista António Pinto Basto, após esta passar para o seu herdeiro António Carvalho e Almeida, este decidiu erguer uma casa nova.
Essa obra surgiu das mãos de Joaquim Eduardo de Sousa, um apontador de obras públicas, que criou algo único em Braga! Uma casa com janelas de arco de volta inteira, cujo interior possuía uma enorme caixa de escadas, abrindo-se sobre um corredor envolto em pintura mural de fauna e flora, que remete para uma paisagem tropical, certamente de génese brasileira pontuada por motivos arquitetónicos decorativos que marcam de forma simétrica o conjunto.
No centro, uma enorme claraboia onde estão representadas várias figuras da monarquia portuguesa. O rei D. Luís I, que governava Portugal no momento em que se construiu a casa, Afonso de Albuquerque, D. Pedro IV, D. João II, D. José I, D. Sebastião, D. João V e Vasco da Gama.
A Casa das Goladas assumia-se, portanto, como um habitat de características urbanas reedificado sobre um núcleo anteriormente existente, esse, de feição rural.
Desenvolvido em torno das necessidades de habitabilidade de uma família típica de Oitocentos, congrega em si, os valores paradigmáticos do seu tempo: conforto e privacidade, associando sociabilidade e intimismo. Sem recurso a artificialidade convencional, apostando antes na sobriedade e concessão, atitude mental própria de pessoas com gosto seguro e consciência de pertencerem a uma burguesia de ascendência aristocrática.